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O ideal

Escrito por Pressão |

Ela chegou.
Deitou-se no sofá com o espírito vazio.
Queria que o frio se apartasse da sua vida ou, em último recurso, da sua alma.
Suspirou.
Imaginou um roçar de lábios, com ele…
Conseguiu ouvir a sua respiração entrecortada.
Conseguiu sentir o cheiro dele penetrar na sua carne.
E, sem tomar alento, sem distinguir o real da fantasia, agarrou-o. Beijou-lhe a orelha e desceu até ao pescoço, enquanto as suas mãos exploravam a pele para além da camisola.
Segurou-se a ele com medo que o sonho se desvanecesse. Mas, quando as mãos dele encontraram o seu decote, ela relaxou. Sonho nenhum se equipara àquele toque, sonho nenhum consegue aquecer-lhe o corpo e a alma, sem artimanhas.
E ela procurou a sua boca e deixou de estar frio, e de existir alma ou vida lá fora…

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