A mesma cadeira, na mesma varanda, do mesmo prédio de todos os dias. O mesmo corpo, com outra roupa, mas os mesmos receios do dia anterior. Os pés frios, com os mesmos chinelos, e as unhas a contrastar com o dia que se deita. Numa mão um cigarro que se vai consumindo a si mesmo, na outra uma chávena de café fumegante. Seria apenas a repetição de tantos momentos, não fosse o sorriso abrigado no rosto que ela teima em não pintar.
Aquele sorriso, o mesmo sorriso de outras paragens, imortalizado em fotos perdidas num álbum qualquer. Aquele sorriso, o mesmo de criança, que com o passar dos anos não esmoreceu com conversas vãs.
A mesma mulher, com os mesmos anseios mas muitas novas razões para continuar a sorrir!