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Ida e volta

Escrito por Pressão |

Sexta-feira, dia 13 de Julho, 18h

Entro no comboio que me levaria ao Porto. Espírito no red-line depois do que tinha chorado entre risos na nossa formatura.
Bem acomodada no lugar 96 da carruagem 23, armo-me com o meu mp3 e um livro que decidi reler: “Verónica decide morrer”, de Paulo Coelho.
Foi precisamente este o livro que o meu companheiro de assento (com dois ‘ss’) decidiu usar como mote.
Alguma vez discutiram sobre suicídio com um completo estranho? Foi o que me aconteceu. E foi “discussão” acesa porque eram, realmente, opiniões divergentes.


Segunda-feira, dia 16 de Julho, 10h52m

Entro no comboio que me traria de volta a Lisboa. Olhos a denunciarem algumas horas de sono em falta e a cabeça a “estalar” pela falta de um café.
Acomodo-me no lugar 81 da carruagem 23 (mera coincidência) e fecho os olhos pensando que, naquelas duas horas e meia, ninguém teria coragem de importunar o meu sono. Foi audácia a mais pensar nisso. Apenas 2 paragens, após o início da viagem, entra uma família tipicamente campónia (e digo-o desprovida de sentimento pejorativo, porque a minha família, incluindo-me, é completamente campónia). Eram 8 elementos, metade dos quais crianças.
Por mim podiam ter berrado, esperneado e mais qualquer coisa acabado em “ado”, o que não podia acontecer era que a “líder-mor” do grupo se sentasse junto a mim, com tal cheiro a transpiração que ainda agora – quase 72h depois – me acompanha!
Mas agradeço que fossem apenas 11 da manhã. Como seria depois das três da tarde?

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