00:40

Don't stay

Escrito por Pressão |

Um dia frio, apesar do sol que alegrava algumas mesas do café em que ela se encontrava a estudar. Uma música que ela desconhecia ameaçava estragar-lhe a fraca concentração entre caneta, cigarro e café. Até que se deu por vencida. Apagou o cigarro, pousou a caneta e decidiu apreciar a vista enquanto saboreava o café. Primeiro erro: os olhos fixaram o homem que parara à entrada do café como quem procura alguém. Conhecia-o? Pelo sorriso que ele lhe dirigiu, a resposta era afirmativa. Segundo erro: ela sorriu em retribuição. Terceiro erro: não fugiu enquanto teve oportunidade!



20:13

Medo, tenha muito medo

Escrito por Pressão |


Já me imagino a dizer: "Sr. XPTO, enquanto estiver dentro deste serviço tem de desligar o telemóvel e os ténis, se fizer favor"!

18:07

(In)Directas

Escrito por Pressão |

A menina este mês está em triplo! Não estou em quádruplo porque abandonei o lar. A minha vocação são as crianças, devo dizer. Ou isso ou chocolate, que dá quase no mesmo!

E eu sei que estão aí para o que for preciso... eu só preciso de tempo!


16:13

Dor... dor é o que sinto (II)

Escrito por Pressão |

Eu: "Estou no Colombo... para ver se é desta que compro vestido para o casamento da M".
Mãe: "Então aproveita e compra vestido para o casamento do teu irmão"!
Eu: "Estou a ouvir-te mal mãe..."
Mãe: "Não estás nada filha! Mas eu repito: CASAMENTO DO TEU IRMÃO".
Eu: "Então? Engravidou a mulher pela terceira vez?"
Mãe: "Não!"
Eu: suspiro...
Mãe: "Mas olha... despacha-te a escolher o vestido porque o casamento é em Maio"
Eu: "Desculpa!?!?"
Mãe: "Estás desculpada filha!"


A minha pergunta é simples: qual é a pressa? Ah... e pior ainda... 13 de Maio??? Uma 5ª feira? Dia de "Vossa" Senhora?

E juízo, será que se vende na farmácia???

22:12

Pacóvio, a saga continua...

Escrito por Pressão |

Quem leu esta crónica, pode ter elaborado todas as opiniões possíveis, mas com certeza (espero eu) teceu opiniões baseadas em informações reais e desta forma, podem, ou não, ser concordantes com a que apresento a seguir. Contudo, este senhor, sentado no seu trono de superioridade tendo como manto o seu computador, não soube, ou não quis informar-se e decidiu apenas, de forma altamente pacóvia, reduzir a cinzas um direito que assiste a qualquer trabalhador.

Uma greve séria não tem quatro dias”. Concordo consigo, qualquer greve tem os dias contados e como tal quatro dias é uma afronta. O que o Sr. se esquece, é que grande parte dos enfermeiros trabalha por turnos, e que nem todos os turnos contam para a greve. Estava escrito no nosso “manifesto de greve” que, com certeza, o Sr. não leu.

Uma greve séria não é marcada para os quatro dias imediatamente anteriores ao feriado da Páscoa”. Aqui, deixe só relembrar-lhe que, sendo uma classe privilegiada como o Sr. afirma, trabalhamos Sábados, Domingos e feriados. Portanto, marcar uma greve que inclua ou anteceda um feriado para nós, enfermeiros com lata, é precisamente o mesmo, porque estaremos a trabalhar de qualquer forma. E Páscoa, Natal ou Ano Novo para nós é meramente uma expressão, utópica ainda por cima. Porque, no Natal (por ex.), quando o Sr. abandonou o seu trono e o seu manto para se sentar no sofá com a família, nós, tipos cheios de lata, ficámos nos hospitais com aqueles que precisavam e que podiam ser seus familiares.

Agora, Suas Excelências querem ganhar 1200 euros logo no início de carreira”. Vergonhoso!!! Ora não querem lá ver que temos a lata de pedir mais dinheiro num país em crise!?! Sr. Henrique, não acredite em tudo o que ouve na comunicação social, porque acima do dinheiro que não ganhamos (uma injustiça com 20 anos) estamos mais preocupados com a carreira que não temos!!! Sim, Sr. Henrique, os enfermeiros não têm carreira, como o Sr. afirma. Os enfermeiros podem fazer uma pós-graduação, que não são reconhecidos por isso. Os enfermeiros podem apostar no conhecimento e tirar um mestrado e recebem apenas um pedaço de papel com carimbo pelo esforço pessoal e monetário, porque carreira, como o Sr. afirma que temos, não existe. Melhor ainda... a existir, tenho de trabalhar 80 anos para atingir o topo. Acha que com 100 anos estarei apta a desempenhar funções? E, segundo a proposta da nossa ministra, apenas 10% podem chegar ao patamar superior. E o Sr. dirá: “nem todos têm pernas para lá chegar”, e aí concordo consigo: nem todos podem lá chegar, mas não existir um sistema de avaliação que nos permita – sequer – tentar é outra questão.

Dentro do hospital, o médico é superior ao enfermeiro”. Sim, se o médico tiver mais de 1,77m é superior a mim. Agora, Sr. Henrique, numa postura de prestação de cuidados não existe superioridade. Existem funções e responsabilidades diferentes e acima de tudo interdependentes. O médico tem conhecimentos que eu não tenho e vice-versa. Não queremos usurpar as funções deles, tal como, com certeza, eles também não querem usurpar as nossas. Mas se quiser estudar alguma coisa sobre o assunto existe o Regulamento do Exercício Profissional dos Enfermeiros que, em momento algum refere que os profissionais de Enfermagem querem desempenhar funções que não lhes competem.

Quando se fala com os enfermeiros, parece existir sempre uma espécie de ressentimento "classista" contra os médicos”. A minha pergunta é: em que hospital trabalha, Sr. Henrique? É que se isso acontece no seu local de trabalho, algo de grave se passa. Devo dizer-lhe, que se me desse ao trabalho, o único ressentimento que teria seria por si, porque não estudou a lição e fala do que não sabe. Porque os médicos com os quais trabalho, respeitam e apoiam a nossa greve, porque – de greve ou não – estamos 24h por dia disponíveis nos hospitais, muitos de nós com vínculo de trabalho precário e sem meios materiais.

O dr. enfermeiro já é demasiado fino para limpar o rabo aos velhinhos?” A esta questão, só uma resposta: o Sr. é tolo e gosta de se pavonear por isso! Quanto a isso nada a fazer. Se, por acaso, estiver interessado em saber os reais motivos pelos quais estamos em greve, aconselho-o a não se basear no jornal nacional.

19:21

Ouve o que eu digo, não faças o que eu faço

Escrito por Pressão |

Se alguma vez, por mero acaso, vos acontecer serem forçados a andar exclusivamente a líquidos e/ou papas, não se permitam, em momento algum, cheirar uma bebida alcoólica, porque o resultado pode ser mau, muito mau. É que por muita intimidade que tenham com alguém, nunca é bonito vomitar os pés a uma pessoa.
Tenho dito! Obrigado.

12:07

Insónias

Escrito por Pressão |

Eu... menina que se gaba à "boca cheia" de não sofrer de insónias por coisa alguma, que basta uma posição minimamente confortável e a sesta é garantida, descobri algo que me provoca insónias: o medo!
Não é medo do escuro, nem de partilhar a casa exclusivamente com um rato, é aquele medo que petrifica, que nos faz desejar que o amanhã não chegue. Mas o meu amanhã chegou e com ele o formigueiro miudinho e a ansiedade.
Vou ao dentista!
Uma pequena cirúrgia para "arrancar" (como gosto desta expressão com conotação dolorosa) o dente do siso, que decidiu implantar-se em "local de difícil acesso" (segundo o "xô-dotor"), sendo responsável por uma otite e por muitos nervos à mistura!
Para aqueles que me dizem que nem me querem contar como é que foi a experiência (pessoal ou de familiares) um muito obrigado pelo apoio psicológico. Para aqueles que dizem que antes dentista que um dia de trabalho, só uma palavrinha: masoquistas!

Agora vou ali tomar um valium entre o antibiótico e o anti-inflamatório. Volto já. Ou então não.

10:30

Hoje acordaria assim...

Escrito por Pressão |

se tivesse dormido, claro!


23:48

Dor... dor é o que sinto...

Escrito por Pressão |

De cada vez que penso que tenho de voltar a entrar neste hospital!
Nunca me aconteceu ir trabalhar contrariada, mas entrar aqui é como quem me corta em fatias fininhas, para me servir em pedaços, claro está!
Peço com jeito. Muito jeito. Tirem-me daqui. É que, pior que tudo, nem sequer tenho acesso ao farmville para me entreter!
Ninguém merece!

03:55

Saudosismo

Escrito por Pressão |

São trabalhos como este que me fazem perceber que a Enfermagem era mesmo uma vocação, um chamamento, porque senão não teria deixado esta área. Mas o "bichinho" ainda morde. Que saudades!